quinta-feira, 26 de março de 2009

Unfair Trade

Ir ao supermercado em tempo de crise consegue ser mais doloroso que pequenos cortes feitos na mão com folha de papel. Não há canto, esquina, corredor que não esteja minado de sanguessugas vendedoras. Tive de parar e ser auscultada na ala dos iogurtes, dos queijos (aqui faço-me de parva e digo que não conheço nada com cara de lá em casa era mais marmelada) e várias vezes na ala da higiene. Não há Dalai Lama que aguente. Depois de ter sido posta a par de tudo o que é novidade capilar, encetei uma missão que se veio a verificar impossível, encontrar um espaço na superfície comercial que não fosse habitado por patinadoras, nem que para isso tivesse de levar o champô da marca Auchan. Já com a mão lançada à embalagem e determinada a correr até à caixa mais próxima como se a bomba fosse explodir em 5 segundos, uma voz doce irrompeu-me o ouvido para mal dos meus pecados. “Conhece a marca Nívea?”. Eu fiquei sem reacção, apenas pensei se seria aquele o lugar certo para me incendiar. E disse educadamente “sim, há muitos anos”, sorrindo, acrescentando que já levava o que queria.

Se eu conheço a marca Nívea? E há alguma coisa que os portugueses conheçam melhor do que a marca Nívea? Quem não foi besuntado na cara, nas mãos, no rabo, nas virilhas e nos pés com creme Nívea? Ninguém. Quem nunca combinou na praia, ao pé da bola Nívea? Quem nunca foi à praia. Eu cresci com a Cartilha do Ratinho, com as Belinhas e com creme Nívea. E se todas as noites tivesse de orar a alguém, seria ao senhor que inventou o creme Nívea. Mas lá em casa, orar nunca fez muito o nosso estilo. Nunca um sorriso por mim esboçado saiu tão ressequido como o que lhe lancei. Onde é que eu pus o creme? Creme? Creme é Nívea.


segunda-feira, 23 de março de 2009

The Killers, live in Barcelona

Depois de Madrid, 2006, Barcelona, 2009.
E será Lisboa 2009 também.

terça-feira, 17 de março de 2009

The Origin of Species

A todos os que se consideram creacionistas, convido a olhar a fotografia que se segue. Trata-se da espécie Taboo, membro da conhecida banda Black Eyed Peas, espécie viva que prova que o homem só pode ter descendido do macaco. É por estas e por outras que eu sou de Darwin.

sábado, 14 de março de 2009

Saturday nigth, diri á rá rá!

Se todos estão a anunciar a party de logo à noite no Ko-Zee Club, em Santos, cortesia desse magnífico espaço musical que é o Xukebox, porque é que eu não hei-de anunciar também? Let's go, folks!!! Plenty of music, plenty of fun!!!

terça-feira, 10 de março de 2009

It's a sin

Perdoe-me, Pai, pois pequei.

Hoje, no Metro, lancei um olhar fulminante a um idoso que esteve 15 minutos a esfarelar o envólucro de um Floco de Neve.

domingo, 8 de março de 2009

A Portuguese man in Lisbon

Eu temo um português de chapéu-de-chuva na mão.

Um português de chapéu-de-chuva na mão sente-se um verdadeiro Charlie Chaplin. Os malabarismos são constantes, as ruas da cidade assemelham-se a estâncias de esqui. As influências de Bruce Lee fazem-se sentir em cada passo do seu percurso – chapéu para a frente, chapéu para trás, movimentos circulares e oblíquos. Um português de chapéu-de-chuva sente-se sozinho e livre na rua. Livre para se movimentar como quer e acha que pode. Um português de chapéu-de-chuva, antes de sair de casa, reserva o seu próprio perímetro. E se alguém contesta ou demonstra a dor que sente no joelho, fruto da cacetada, esse português afirma com orgulho que a rua também é dele porque paga impostos.

Eu digo não a um português de chapéu-de-chuva. E tu?

segunda-feira, 2 de março de 2009

Febre, drogas e TV

Depois de ter passado Sábado, Domingo e Segunda em casa com 39º de febre e a garganta em carne viva, tenho legitimidade para afirmar o seguinte: o programa "Não Há Crise", exibido na SIC e apresentado por Nuno Graciano, é o melhor programa da televisão nacional, é melhor do que qualquer canal do pacote Funtastic Life e melhor do que os canais TeleCine.