Eu não quero ir à máquina laser
Ontem fui ao dermatologista.
Era suposto ir lá para o esganar e lhe enfiar o aparelho do laser pelo * acima, mas assim que me vi perante a sua cara fofinha, apenas consegui dizer “Como está, sôtor, desde a última vez que o vi?”, e guardar para mim o “desde a última vez que me escavacou a pele?” Nasci com umas manchinhas café com leite, que, com os anos, se têm espalhado ali pela zona esquerda como quem está no umbigo. Nunca me incomodaram, é certo, nem nunca prejudicaram a minha vida pessoal ou profissional, mas eram manchinhas. Um dia decidi ir ao dermatologista que achou por bem aplicar-me 34 tiros a laser (sabem a quanto é que está o tiro a laser?) e estragar-me o Verão. É que semanas depois daquele tiroteio, as manchas que outrora eram café com leite passaram a cacau escuro. Com a sua cara fofinha e sorridente, brincou “Use fato-de-banho, às vezes são bem mais sexy que os bikinis”. Nesse momento, eu só pensava onde estaria o raio do aparelho a laser naquele consultório. Mas aguentei-me e sorri com ele. Conclusão, vou ter de lá voltar no final de Setembro para ele me aplicar laser a mais 50% de potência (vou precisar do vosso apoio), porque entrámos em época balnear e não convém alvejar-me agora; vou ter de esfoliar aquela zona com um creme que me indicou, até Setembro, e vou ter de usar protecção 50. SPF50? Isso não tinha saído do mercado? Ainda tentei regatear SPF 30, mas ele disse 40. Mas aquela fofice toda não ficava por ali. “Vamos também preparar a pele para os 30.” Ao que eu pensei “para os 30 voltes? Ó mãeee!” Mas, não, era preparar a pele para os 30 anos com um creme diário com SPF15, da La Roche Posay. Trocados os bacalhaus, subi a Alameda a pensar o que me teria passado pela cabeça no dia em que decidi ir ao dermatologista e como era tão mais feliz e poupadinha quando punha Nívea na cara.
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