Poesia à Alergia
Espirro forte, fortemente,
Tenho o diabo em mim.
Será do pó? Será do pólen?
Aposto no pólen convictamente
E também no pó que não tem fim.
Tenho ranho, coço os olhos,
Vrm vrm na garganta, solto expectoração
É um espectáculo mais deprimente
Que um concerto do Clemente
Quem espirra assim brutalmente,
Com tão dolorosa repetição,
Que mal dorme, mal respira
Constipação não é com certeza
É outra merda que me atrofia.
Uma autêntica porcaria
Ranho branco, verde e espesso…
- Desde o ano passado a não via!
És o meu tormento, que agonia!
Visto o fato de treino
Dobro a esquina
Primalam, Atarax, Zyrtec
Em punho o da ADSE
Sr. Farmacêutico, como é que é?
Brancos, redondos, rectangulares.
Tomo-os com esperança mas em vão,
Antes prefiro comer Smarties
Sempre me dão mais tesão.
Uma extrema perturbação!
Entra em mim, fica em mim presa,
Rais’ parta a Natureza
Viver assim nem no Sudão!