Pós-festa-do-cinema
Acho que sim, foram justos os vencedores. Raramente terá havido medíocres profissionais nomeados aos Óscares. Gostei muito que o “Ratatouille” tivesse arrecadado a estatueta, que é para mim o melhor filme de animação feito até hoje ao lado do "Toy Story" e "Shrek". Dos quatro actores vencedores, tinha reservas quanto à Tilda Swinton que, para mim, já fez coisas bem mais significativas do que em “Michael Clayton”, talvez teria preferido a Amy Ryan, com uma personagem através da qual conseguimos ter vários sentimentos. Em relação ao Daniel Day-Lewis nada a dizer, vale a pena as poucas vezes que tem saído de casa na última década, porque trabalhos como em “Haverá Sangue” são extraordinários. Se não fosse para ele, a estatueta só poderia ir para o Viggo Mortensen, por “Promessas Perigosas”. Mas ele tem tempo. Dos actores secundários, qual deles o melhor. De estranhar a falta de vozearia dos adeptos espanhóis que, ao contrário do que sucedeu em “Tudo Sobre a Minha Mãe”, pouco ou nada clamaram Javier Bardem, sempre pensei que a Penélope Cruz fizesse um estardalhaço da plateia, mas nem a filmaram. De sublinhar, mas sem qualquer intenção, o facto dos quatro actores terem nacionalidade europeia.
Achei muito justas as três estatuetas para “The Bourne Ultimatum” na montagem, som e efeitos sonoros. Aliás, eu, se tivesse, literalmente, voto na matéria, teria elevado o filme à categoria de Melhor Filme e Melhor Realizador. Ainda que fosse só pela nomeação. Para Argumento Original teria trocado a Diablo Cody, “Juno”, pelo Brad Bird, “Ratatouille”. Mas talvez um filme de animação nunca tenha ganho nesta categoria. É que “Juno” é giro, mas de original, o argumento nada tem. Quanto a Melhor Filme e Realização acho que os irmãos Cohen eram os grandes favoritos, pelo que se foi falando, só balançando para “Haverá Sangue”. Mas como não vi “No Country for Old Man”, não posso opinar.
Na categoria musical, continuo sem perceber porque é que as músicas são sempre de enrabar ovelhas às três da manhã. E não é de agora. Alguém me explique.
O Jon Stewart esteve bem, mas pouco arrojado e faltou gargalhadas de meia-noite. Para o ano quero o Billy Crystal.
8 comentários:
Estou abismado com as capacidades Lauro Dermianas de hapinêss. Nem o próprio faria melhor. Talvez expressando apenas o seu desagrado pelos irmão Cohen (esses judeus imundos) o Daniel Day Lewis (esse católico de merda) e o Javier Bardem (espécie de tromba-de-lula-à-sevilhana). Isto para não falar do medo de ratos, mesmo os de animação.
Por muitos anos que vivesse, num que criaria um cognome tão mais acertado que esse, lek:
Javier Bardem, o tromba-de-lula-à-sevilhana. Olé!
(Como é que no nosso teclado lisboeta se faz aquele ponto de exclamação ao contrário que os espanhóis colocam no início das questões? Alminha Mariana... Chamada à recepção. )
Relativamenta a:
""Em relação ao Daniel Day-Lewis nada a dizer, vale a pena as poucas vezes que tem saído de casa na última década, porque trabalhos como em “Haverá Sangue” são extraordinários.""
Quero dizer que há gajos que levam muito a sério aquela máxima do "Hoje não devia ter saido de casa". O Daniel é um deles e acho muito bem!
Caso contrário escrever-se-ia neste blog qualquer coisa como "Ah e tal, faz umas coisas muito boas e outras muito más e tal e coiso..."
Com esta atitude, o Daniel torna-se um verdadeiro produto de luxo de hollywood, coisa que faz falta, não abunda...
e além disso tem uns brincos que lhe ficam a matar. Olhá'qui
¡Alminha Mariana presente!
Pois que os nossos teclados não têm o ponto de exclamação ao contrário. Tens que ir buscar aos símbolos do word. Que tristeza...
Mas não curti essa do tromba-de-lula-à-sevilhana, Lek. Eu gosto tanto do Javier, querido que só ele, mas parece que ultimamente espanhois é comigo mesma... Eu bem que sempre disse que 1640 foi o maior erro da história!
E eu gosto de lulas-à-sevilhana!
Agora, que o Javier tem má cara, tem. E aquele corte-de-cabelo com que ele se pôs a matar velhinhos no país do Tio Sam é de bradar aos céus. Ah, e não se perdia nada se fossemos espanhois ...apesar de a Super Bock ser incomensuravelmente melhor que a San Miguel. Saludos
Eu nem vou comentar os Óscares. Quero só chamar a vossa atenção para a beleza da expressão "enrabar ovelhas às três da manhã". Comoveu-me. Só isso.
Alminha Mariana, é caso para dizer:
"It's only WORD, and WORD is all I have to take your heart away..."
Manana, o que eu gostava de ver a Paula Rêgo se chegar à frente com uma pintura intitulada "enrabar ovelhas às três da manhã, óleo sobre tela, Guggenheim, 2008".
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