quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Pós-festa-do-cinema, parte III

Passei à frente do cinema Londres e li no painel:

Sala 1. Este País não é p/ M/18. 21h30

Das duas, uma, ou o tradutor preferiu uma tradução mais livre, mantendo a ideia (não é para maiores de 18= não é para velhos), ou estamos perante uma longa-metragem realizada pela equipa que pensou a nova lei da reforma.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Pós-festa-do-cinema, parte II

Qual "Juno", qual quê, o filme que ganhou o Óscar para melhor Argumento Original está aqui.
Por favor, vejam esta pérola do Lek.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Pós-festa-do-cinema

Acho que sim, foram justos os vencedores. Raramente terá havido medíocres profissionais nomeados aos Óscares. Gostei muito que o “Ratatouille” tivesse arrecadado a estatueta, que é para mim o melhor filme de animação feito até hoje ao lado do "Toy Story" e "Shrek". Dos quatro actores vencedores, tinha reservas quanto à Tilda Swinton que, para mim, já fez coisas bem mais significativas do que em “Michael Clayton”, talvez teria preferido a Amy Ryan, com uma personagem através da qual conseguimos ter vários sentimentos. Em relação ao Daniel Day-Lewis nada a dizer, vale a pena as poucas vezes que tem saído de casa na última década, porque trabalhos como em “Haverá Sangue” são extraordinários. Se não fosse para ele, a estatueta só poderia ir para o Viggo Mortensen, por “Promessas Perigosas”. Mas ele tem tempo. Dos actores secundários, qual deles o melhor. De estranhar a falta de vozearia dos adeptos espanhóis que, ao contrário do que sucedeu em “Tudo Sobre a Minha Mãe”, pouco ou nada clamaram Javier Bardem, sempre pensei que a Penélope Cruz fizesse um estardalhaço da plateia, mas nem a filmaram. De sublinhar, mas sem qualquer intenção, o facto dos quatro actores terem nacionalidade europeia.

Achei muito justas as três estatuetas para “The Bourne Ultimatum” na montagem, som e efeitos sonoros. Aliás, eu, se tivesse, literalmente, voto na matéria, teria elevado o filme à categoria de Melhor Filme e Melhor Realizador. Ainda que fosse só pela nomeação. Para Argumento Original teria trocado a Diablo Cody, “Juno”, pelo Brad Bird, “Ratatouille”. Mas talvez um filme de animação nunca tenha ganho nesta categoria. É que “Juno” é giro, mas de original, o argumento nada tem. Quanto a Melhor Filme e Realização acho que os irmãos Cohen eram os grandes favoritos, pelo que se foi falando, só balançando para “Haverá Sangue”. Mas como não vi “No Country for Old Man”, não posso opinar.

Na categoria musical, continuo sem perceber porque é que as músicas são sempre de enrabar ovelhas às três da manhã. E não é de agora. Alguém me explique.
O Jon Stewart esteve bem, mas pouco arrojado e faltou gargalhadas de meia-noite. Para o ano quero o Billy Crystal.

And the winner is…

Já lá vai o tempo em que ficava acordada até às seis e meia da manhã para assistir em tempo real à cerimónia da entrega dos Óscares. Desde que assumi compromissos de maior, vou para a caminha à hora do costume, porque este país não é para mocados em serviço (repare-se no trocadilho que quis fazer com o título do filme “No Country for Old Men”, forte candidato aos Óscares). Foram anos e anos, mais que uma década, a cumprir esse que para mim era um ritual. Até eu, no 68 5ºesq., ficava nervosa com a entrega dos prémios, sofrendo inclusivamente com a “derrota” dos meus favoritos. Os meus olhos ficavam arregalados perante o televisor; segundos antes do vencedor ser anunciado, os meus lábios em modo surdo adiantavam a decisão; as minhas mãos, caso a anunciação me realizasse, lançavam-se num “yes” erguido de palma cerrada. Pelas cinco da manhã, era ir beber um leitinho para me manter acordada, que aquelas categorias a meio da cerimónia quase me cerravam os olhos. No final, pensava no que diria caso recebesse um Óscar. Naquela altura, atiraria logo um “este Óscar vai para o meu país”, hoje, diria “troco o meu país, por este Óscar”. Estou a brincar.

Daqui a minutos, saber-se-á o veredicto. Só espero que não haja sangue no país que não é para velhos expiado pela Juno e pelo Michael Clayton.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

O metano sagrado


As vacas emitem uma grande quantidade de gás metano através do arroto e uma menor quantidade através da flatulência. As estatísticas variam sobre quanto metano a vaca leiteira média expele. Alguns especialistas dizem que entre 100 a 200 litros por dia, enquanto outros dizem que pode chegar a 500 litros por dia. De qualquer forma, é muito metano, uma quantidade comparável à poluição produzida por um carro num único dia.

Por acaso já viram alguma manifestação contra a existência de vacas? Ou viram algum documentário do Al Gore sobre a contribuição do metano para o aquecimento global ser oscarizado? Ou alguma proposta geneticamente hibridificada da Toyota para a classe ruminante, tipo “cowris hyb”?

Imagino a discriminação de que as vacas são alvo no reino animal…

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

El Mundo

Entende-se por Efeito Borboleta ontem ter havido mau tempo em Portugal e o Fidel renunciar hoje à Presidência em Cuba.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Thunderbolt and lightning, very, very fright'ning me


Sou uma caguinchas. A noite passada vi passar todas as horas em agonia. Era chuva que batia violentamente na rua, na varanda e nos estores. Era trovões e relâmpagos espaçados por breves minutos. Era o alarme dos carros a disparar por causa da chuva forte. Mais tarde, os bombeiros, a polícia, as ambulâncias. Desesperadamente sintonizei no “Oceano Pacífico”, mas estava a dar André Sardet, tive vontade de vomitar.

Durante a noite, lembrei-me de como seria tão bom ter ali a Maria von Trapp para me dar abrigo na sua cama…

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Brincamos ou quê?

Não pude deixar de reparar numa notícia do jornal Metro, esta quarta-feira, sobre a miudagem e suas brincadeiras. Na capa lê-se “Crianças estão a perder o espírito de brincadeira”, foram simpáticos, porque, na verdade, o que queriam ter escrito era “Crianças estão a perder o espírito”. A notícia surge no seguimento de estudos desenvolvidos por dois cientistas de Yale, sobre os hábitos da infância nos tempos modernos.

O quadro é negro como uma pintura expressionista. Eu consigo entender a notícia mas não concordo totalmente com ela. Entendo no sentido em que talvez aquelas brincadeiras de outrora, sobretudo aquelas “lá na terra”, que envolviam os primos campo ou praia a fora, muita chafurdice na terra, o pião, o guelas, a correria da apanhada, os gelados de um só sabor, os sumos capri-sonne, entre mil e mais, talvez estejam em vias de extinção. Será que ainda se joga ao elástico ou à macaca? Ainda se fazem “quantos-queres” ou se joga aos países? Digo isto, porque era o que eu fazia, gerações anteriores certamente dirão que essas brincadeiras eram muito queques, que as deles é que foram duras, lamacentas e ricas em hematomas. Mamãe conta que nas festas da terra, as moças saltavam as fogueiras para que os pelos caíssem. Alguma vez eu faria tal coisa? As brincadeiras mudam, porque o mundo é composto de mudança (não fui eu que inventei esta). Não podemos querer que na apelativa era digital doida a miudagem queira ir para os campos comer azedas. Aliás, calhando, hoje, as gerações anteriores teriam processos em tribunal avançados pelos partidos verdes porque ir em busca de rãs e lagartixas e proceder à sua decomposição seria considerado crime para com o ecossistema. A poluição não era o que é hoje, assim como a alimentação e a segurança. As azedas hoje em dia devem saber a podre, ficar um dia inteiro sem lavar as mãos é suficiente para se apanhar uma gastroenterite e deixar um filho ir sozinho comprar pão, não tem sido das melhores ideias. Hoje há um mundo de coisas para descobrir, como houve e como haverá sempre. Os miúdos estão bem servidos de brincadeiras, não se preocupem.

A droga em perspectiva

O comum mortal morre agarrado, carocho, todo picado e com a cremalheira toda rebentada.

Os artistas têm overdoses acidentais.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

King of Pop

O álbum Thriller, de Michael Jackson, é hoje reeditado para assinalar os 25 anos desde a sua primeira edição, em 1982. Eu tinha nessa altura 1 pequeno ano de idade, logo, não guardo memória alguma dessa lendária estreia. Anos mais tarde, no início da década de 90, fui menina para ser fã daquele menino que havia ainda feito somente umas 4 plásticas. Gostei! Gostei muito! Papai comprou-me todos os discos e levou-me ao concerto. Tinha posters no quarto e o livro ainda o guardo. Vi-o no museu de cera em Londres, em cera, está claro…sim, ele também já estava para o claro. Em suma, fui muito feliz nessa altura. Só que depois, surgiu o grunge, que fez com que os posters do Rei da Pop fossem substituídos pelos do Kurt Cobain (ah, se soubesse o que sei hoje!). Todos os CD’s desapareceram (vulgo vendidos na Feira da Ladra) e, por obra da perfídia, este senhor foi marcando presença habitual nos jornais, pelas razões mais tristes. Eu sempre disse que ele não tinha feito nada de mal, ainda que todos mandassem piadas. Parece que tinha razão. Se algum dia me cruzar com o Michael Jackson na rua, far-lhe-ei uma vénia. Qualquer dia volto a comprar todos os seus CD’s novamente. Who's bad?


domingo, 3 de fevereiro de 2008

A cor púrpura do Rio…

O padrasto do Oswaldo, uma das duas vítimas envolvidas na última chacina tribal em Rio de Mouro, diz que os jovens “andam sem rumo porque o governo não constrói sítios onde eles possam passar os dias”, acrescentando que “no Cacém não há nada para fazer.”

Já vi culpar o governo por muita coisa, ultimamente até se tem culpado o governo pela morte de idosos com 90 anos que morrem devido a paragens cardiorespiratórias a caminho do hospital – ou não fosse esta a causa de morte comum entre os mortais, mas culpar o governo pela morte de jovens rapazes que gostam de brincar aos cowboys ao pé da estação de comboios, é um pouco exagerado. Ora eu já tive 15 anos, até já tive 13, e nunca precisei de passar as tardes em centros de jovens. Eu penso que o Estado ainda providencia à borla aquilo a que chamamos Escola. Normalmente entra-se de manhã e sai-se à tarde, dias há em que se entra de manhã e se tem a tarde livre e outros ainda em que a manhã é livre e a tarde ocupada. Seja como for, uma boa parte do nosso tempo, em jovens, pode ser passada na escola. Depois, há história das aulas de apoio, existe a biblioteca (muitas hoje estão equipadas com DVD), os TPC’s, os trabalhos de grupo e, em último caso, um bar, onde sempre se pode jogar uma bela cartada e passar belas tardes em amena cavaqueira, ou juntar uns camafeus para uma bolada no campo do recreio, para não falar daquele sítio que é o “atrás dos pavilhões” onde dá perfeitamente para jogar à apanhada ou ao bate-pé. Sem ser na escola, há sempre um ou outro colega cujos pais passam o dia fora o que dá para promover a interacção em grupo dançando ao som do mais recente single da Rihanna, fumando as beatas dos pais ou tragando golos de Marie Brizard ou Pisang Ambom e fazer-se grande por estar com os copos. Com um pouco de sorte, em 6 amigos, um há-de ter herdado uma Playstation obsoleta de um primo de Angola, o que é sinónimo de folia garantida. Para os mais duros, há sempre publicidade para distribuir, cafés para servir, um pai para ajudar, um carro para quitar. Os Centros Comerciais são outra opção real, repletos de sundaes e gomas, cinemas, lojas Nike e Bershka, onde é possível experimentar o último berro da moda sem ter de abrir os cordões à bolsa. Mas não, para quê tanto estudo e diversão, tanta experiência em conjunto, quando se pode sacar de uma pistola e desferir um tiro na cabeça de elementos rivais da nossa tribo finando-os para todo o sempre? Como se costuma dizer, as acções ficam com quem as pratica.